Parte 2
A arte tem sido uma forma de expressão humana ao longo dos séculos, cativando nossas mentes e corações com sua beleza e significado. Com a tecnologia digital, uma nova forma de arte emergiu: as NFTs (Non-Fungible Tokens). Muitos artistas estão emergindo com a tecnologia.
Essa nova abordagem artística tem gerado discussões acaloradas sobre como ela se compara à arte tradicional. Em nosso segundo post sobre Arte NFT vs Arte tradicional, vamos abordar sobre os artistas. Caso tenha perdido o primeiro post sobre autenticidade, clique aqui.
Artistas
A arte NFT abriu as portas para qualquer pessoa se tornar um artista, permitindo que qualquer indivíduo crie e venda suas próprias obras. Ao contrário da arte tradicional, onde os artistas geralmente passam por avaliações e críticas da indústria antes de alcançarem reconhecimento e vendas significativas, a criação de um NFT oferece uma oportunidade acessível para artistas emergentes mostrarem seu trabalho diretamente ao público. Essa democratização do processo criativo tem desafiado as estruturas estabelecidas, abrindo caminho para novas vozes e perspectivas no mundo da arte.
Na indústria tradicional, a hierarquia ainda desempenha um papel importante, com apenas alguns artistas sendo reconhecidos e valorizados durante suas vidas. Por outro lado, o fenômeno dos NFTs tem o potencial de impulsionar qualquer pessoa para a frente do grande público, pronto para adquirir arte digital.
O hype em torno das NFTs tem proporcionado uma oportunidade sem precedentes para artistas emergentes alcançarem um público global e potencialmente obterem reconhecimento e sucesso financeiro de forma mais rápida. Essa dinâmica transformadora está desafiando as convenções da indústria tradicional e abrindo portas para novos artistas se destacarem em um cenário mais inclusivo e democratizado.
Além disso, os artistas de NFT têm a vantagem de poderem receber uma porcentagem das vendas futuras de suas obras digitais, por meio do mecanismo de royalties. Essa característica exclusiva das NFTs oferece aos artistas digitais a oportunidade de se beneficiarem do sucesso contínuo de suas criações, mesmo após a transação inicial. Então é uma forma de reconhecimento e incentivo financeiro que tem conquistado a atenção e o apoio de muitos artistas que buscam maior controle e remuneração justa por seu trabalho criativo.
Criação
Vamos olhar para trás, para a criação de arte NFT versus arte tradicional.
A arte NFT e a arte tradicional diferem principalmente na sua natureza e formato. Enquanto os NFTs são itens totalmente digitais, existindo apenas em carteiras digitais em blockchains específicas, a arte tradicional é materializada em suportes físicos, como telas, papel ou esculturas.
A arte tradicional é caracterizada por ser uma forma de expressão física, limitada a um único espaço físico em determinado momento. Essa singularidade e materialidade conferem à arte tradicional uma sensação tátil e uma presença física única, criando uma experiência única para o observador.
Além disso, o mercado de NFTs é notavelmente povoado por obras de arte generativa, como a famosa coleção CryptoPunks. Algoritmos e programação geram essas criações, produzindo imagens únicas e distintas. A arte generativa ganhou destaque no mundo dos NFTs, agregando um aspecto inovador e tecnológico à expressão artística digital.
Enquanto a arte tradicional possui uma longa história e tradição, a arte NFT está expandindo as fronteiras da criatividade e da propriedade artística. Ambas as formas de arte têm seu lugar e valor no panorama artístico, e é fascinante observar como esses dois universos se entrelaçam e se complementam, impulsionando a evolução e a diversidade da expressão humana.
Facilidade de acesso
Ao comparar os NFTs com a arte tradicional, destacamos um desafio significativo relacionado ao acesso à arte. Apreciar a arte digital é acessível a todos, desde que o NFT seja exibido em uma galeria digital. Com o boom do mercado de arte digital, os NFTs mais recentes podem ser vistos em plataformas de mercado, como OpenSea, Rarible e Beenzart. Por exemplo, qualquer pessoa pode admirar a obra de arte digital mais cara já vendida, “Everydays: The first 5000 days” de Beeple.
No entanto, o mesmo não se aplica à arte tradicional. Para apreciar a arte tradicional, seria necessário visitar um museu ou uma galeria física específica. Assim, a experiência da arte tradicional ainda requer a presença física em um espaço real, limitando o acesso a um público restrito que pode se deslocar até esses locais específicos para contemplar as obras.
Essa diferença de acesso coloca em destaque a questão da democratização da arte e a oportunidade de apreciação artística para um público mais amplo. Enquanto os NFTs possibilitam a fruição da arte digital de forma global e virtual, a arte tradicional demanda a presença física, limitando seu alcance e experiência para aqueles que têm acesso direto aos espaços onde as obras estão expostas.
Preservação
Uma diferença crucial entre a arte tradicional e a arte digital reside na questão da preservação. A arte tradicional requer cuidados específicos, como controle de temperatura e iluminação adequada, a fim de garantir sua conservação ao longo do tempo. O famoso quadro “Salvator Mundi” de DaVinci, com mais de 500 anos, é um exemplo disso, tendo passado por reparos e não se encontrando em sua melhor forma.
Por outro lado, a arte digital não demanda essas condições físicas para sua preservação. Ela pode existir em formato digital sem sofrer deterioração física ao longo do tempo. A natureza imaterial da arte digital possibilita uma maior facilidade de preservação e armazenamento, sem a preocupação com a exposição ao desgaste físico, deterioração ou danos causados pelo ambiente.
No entanto, é importante considerar que a arte digital também enfrenta desafios em termos de preservação em relação à obsolescência tecnológica e à compatibilidade dos formatos digitais ao longo do tempo.
