Desde que a Internet surgiu, a maneira como lidamos com informações mudou completamente. Isso deu origem a uma nova forma de economia, chamada Economia Digital ou Economia da Web.

Essa nova economia se baseia em utilizar a nossa habilidade e conhecimento para criar valor, utilizando a informação e a tecnologia de forma inteligente. Isso significa que as empresas estão cada vez mais conectadas em redes, facilitando a comunicação, a troca de dados e as transações comerciais.

Neste contexto de desenvolvimento da Economia Digital, faltava um método confiável, mas discreto, de transações financeiras a ser desenvolvido na Internet. O economista americano e ganhador do Prêmio Nobel de Ciências Econômicas, Milton Friedman, chegou a prever tal sistema. Em entrevista realizada pela NTU/F em 1999, Friedman disse: 

“O que está faltando, mas que será desenvolvido em breve, é um “e-cash” confiável. Um método em que comprar pela Internet você pode transferir fundos de A para B, sem que A conheça B, ou B conheça A.  A maneira pela qual posso pegar uma nota de 20 dólares e entregá-la a você e não há registro de onde ela veio. E você pode conseguir isso sem saber quem eu sou. Esse tipo de coisa vai se desenvolver na Internet.”

A digitalização do sistema econômico

Após anos desde a declaração de Friedman, alguém combinou décadas de pesquisa e o uso de tecnologias como criptografia, redes peer-to-peer e mecanismos de consenso para criar o blockchain.

O Bitcoin, uma das aplicações dessa tecnologia, ganhou destaque, embora seja conhecido principalmente por sua volatilidade de preço. No entanto, o verdadeiro valor do Bitcoin está na concretização de protocolos e redes abertas.

O blockchain Bitcoin é um sistema de liquidação global, sem intermediários, baseado em um protocolo descentralizado. Isso significa que as transações podem ocorrer de forma direta e segura, sem a necessidade de se restringir a um aplicativo específico.

Com a digitalização profunda e fundamental do sistema econômico, impulsionada pela Economia da Internet, surgiram três abordagens concorrentes para a construção de um novo sistema financeiro. Cada abordagem oferece uma visão diferente e busca explorar as oportunidades trazidas pelo blockchain e outras tecnologias emergentes.

Três abordagens para um novo sistema financeiro

1) Moedas Digitais dos Bancos Centrais, também conhecidas como CBDC (Central Bank Digital Currency)

Essa abordagem traz um sistema financeiro com controles extremamente rígidos, administrado por um governo, sobre onde o capital se move e quem pode acessar o  Sistema. Aqui, é bom destacar que CBDCs não se confundem com criptomoedas.

Essa abordagem oferece familiaridade aos usuários, já que estão acostumados com a intermediação de terceiros nas transações financeiras. No entanto, a dependência dessas instituições centralizadas pode limitar a descentralização e a autonomia dos usuários, além de apresentar riscos de segurança e custos mais elevados.

2) Finanças descentralizadas, conhecidas como “DeFi” 

Esta primeira abordagem traz um sistema financeiro global, aberto e construído na Internet pública, que possibilita a movimentação livre de valor em qualquer lugar do mundo, com forte proteção à privacidade.

Plataformas baseadas em blockchain permitem a emissão e transferência direta de NFTs, eliminando a necessidade de intermediários. Essa abordagem proporciona maior transparência, segurança e autonomia aos usuários, uma vez que as transações ocorrem de forma peer-to-peer. No entanto, desafios como escalabilidade, adoção em massa e governança podem ser obstáculos para o pleno desenvolvimento dessa abordagem.

O principal objetivo de DeFi é ser capaz de dar aos consumidores e investidores a capacidade de controlar e ter a propriedade de seus ativos financeiros consigo, eliminando intermediários por meio da tecnologia blockchain.

3) Moeda privada e global controlada por consórcios de tecnologia

Um sistema financeiro global, controlado e administrado pelas maiores empresas privadas do mundo. Sob esta ótica, em vez de aproveitar o dinheiro soberano existente, as grandes “Big Techs”, por exemplo, buscam criar uma nova moeda global que fica acima do Estado.

Um exemplo do que poderia ser este sistema foi a tentativa fracassada da Meta de criar a Libra, posteriormente apelidada de Diem, fortemente criticada pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS).

Elas oferecem diferentes perspectivas e soluções para os desafios enfrentados nessa transformação. À medida que exploramos essas abordagens, é importante considerar fatores como segurança, escalabilidade, descentralização e governança para impulsionar a evolução contínua do sistema financeiro digital.

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