Apesar da complexidade do blockchain – tecnologia por trás da Web3 – seus conceitos básicos são fáceis de compreender.

Blockchain: a base da web3

A Web3 pode ser desorientadora no início. Novos usuários se deparam com termos como “blockchain“, “NFT” e “contrato inteligente“, que são um tanto desafiadores e podem desanimar muitas pessoas. Isso é refletido nas estatísticas: globalmente, apenas 10% dos usuários da Internet possuem alguma forma de criptomoeda, essencial para se envolver com a Web3.

É uma situação paradoxal, já que a Web3 tem a missão de ser acessível e equitativa. Mas não se deixe intimidar pelos esteriótipos: é um mito que criptomoedas e NFTs são coisas de nerd.

Aprender sobre tais ferramentas vale a pena, independentemente da idade ou conhecimento prévio, pois elas foram criadas para serem acessíveis a todos. Além disso, estão transformando rapidamente a forma como o mundo funciona, e não queremos que ninguém fique de fora.

O que é blockchain?

Do inglês, block = bloco, e, chain = corrente, “corrente de blocos”. Blockchain é uma base de dados digital distribuída que armazena, transfere e monitora informações de forma transparente em todo o mundo. As informações são registradas em “blocos” interligados, formando uma cadeia de registros de dados. Imagine como uma espécie de infraestrutura da internet. Assim como a internet permite o funcionamento de aplicativos como o Gmail, Spotify ou PayPal, o blockchain também possibilita o funcionamento de aplicativos e programas, porém de maneira diferente.

Existem vários blockchains diferentes, cada um formando seu próprio ecossistema online. Ethereum, Solana, Tezos, Flow e Polygon são blockchains distintas. Dessa forma, o blockchain é frequentemente descrito como um livro-razão público, pois suas transações de dados são acessíveis a todos, sem a necessidade de uma instituição ou organização para gerenciar as informações.

Ilustração para exemplificar como o blockchain funciona

O que torna o blockchain tão democrático?

A tecnologia blockchain é atraente por sua transparência e abertura em comparação a sistemas da Web2 controlados por empresas de tecnologia como Apple, Google e Microsoft, que têm acesso e podem manipular os dados dos usuários. A descentralização dos dados cria um registro imutável e transparente.

Dessa forma, os sistemas blockchain são mantidos por uma rede de usuários, ao invés de uma única fonte central como data centers da Amazon. O Web3 funciona através de uma rede distribuída de dispositivos (chamados de nós, em inglês nodes) que executam software de blockchain como Ethereum globalmente.

Registros de transações de dados (como transações de criptomoedas ou NFT) são armazenados em blocos que se ligam para formar uma cadeia de livros contábeis. Assim, pedidos de transação são validados ou negados de acordo com o consenso na rede.

Para que um bloco e suas transações sejam adicionados oficial e irrevogavelmente ao livro razão global, a maioria dos computadores (nós) na rede precisa concordar com a validade da transação. Este aspecto do blockchain é o que o torna tão seguro e descentralizado – nenhum indivíduo ou grupo pode alterar ou obscurecer as informações nele.

Hackers e invasões

Mesmo que hackers consigam violar e controlar de um nó para tentar uma transação falsificada (roubando os ativos digitais valiosos do processo), ele não será reconhecido por outros nós no sistema.

No caso do Ethereum, centenas de milhares de indivíduos e organizações executando software em todo o mundo atuam como validadores daquele blockchain. Então, para falsificar uma transação no blockchain, os hackers precisariam controlar mais da metade desses nós – uma quase impossibilidade.

Por causa disso, quanto mais usuários executarem nós em um sistema, mais seguro o blockchain estará contra invasões.

Para quê tantos blocos?

Então, agora sabemos que os blocos de dados se conectam para formar uma cadeia de manutenção de registros transparente e distribuída neste sistema. A próxima coisa a saber é o que esses blocos contêm.

Uma das coisas é o que chamamos de hash criptográfico do bloco anterior. Se esse termo te assusta um pouco, não se preocupe. Um hash é, basicamente, uma maneira de compactar dados. Um hash criptográfico, então, combina as funções de segurança da criptografia com as habilidades de retransmissão de mensagens de um hash.

Um bloco contém o hash criptográfico do bloco anterior para garantir que não foi adulterado. E um bloco também incluirá um registro de data e hora, datando as transações contidas nele e os dados dessas transações.

Contratos inteligentes

Contratos inteligentes são programas que rodam na blockchain e executam automaticamente acordos entre duas ou mais partes, sem a necessidade de intermediários. Eles são codificados com regras e condições específicas, executando-as rigorosamente quando acionados. Contratos inteligentes são úteis ​​para aplicações como pagamentos automatizados, transferências de ativos, votações e muito mais. Eles fornecem uma forma confiável e imparcial de gerenciar transações na blockchain.

Afinal, por que usar o blockchain?

A tecnologia blockchain, apesar de frequentemente associada a criptomoedas e NFTs, ela é apenas a base para essas funcionalidades. O blockchain possui aplicações potencialmente vastas, assim como a internet é a infraestrutura para vários aplicativos e sites. Empresas globais estão investigando maneiras de usar a tecnologia blockchain para melhorar setores como a cadeia de suprimentos, armazenamento de dados, pagamentos, identificação digital, crédito de carbono, royalties, saúde, entre outros.

A tecnologia por trás do futuro da internet é brilhante e cheia de possibilidades. Dessa forma, mais organizações experimentam a tecnologia blockchain, resultando em mudanças em vários setores. O Web3 está apenas começando, motivo ainda mais forte para se familiarizar com a tecnologia antes que se torne amplamente usada.

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